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  1. Né fácil não, rapaz.

    terça-feira, 20 de novembro de 2012


    Bom, hoje começa minha coluna aqui no Diário de Varginha. Eu escrevo profissionalmente (nem sei se isso existe, só sei que sempre deu pra ganhar um dinheiro vendendo textos) desde que eu tinha 14 anos. Naquela época parecia mais fácil escrever. Eu já escrevi para a Folha de SP, tive um blog na MTV e agora trabalho com social media. Já faz bastante tempo desde que tive uma coluna em algum site (a última, caso você queira ver: http://www.trocistas.com/hugo, e tem o mesmo nome dessa coluna aqui), então talvez tenha perdido o meu gingado - ou como gosto de chamar: mojo - pra escrever.

    Escolhi esse nome para a coluna porque, você tem que concordar, não é fácil. Eu, por exemplo, sou um estudante, não sou rico, nem um dos mais brilhantes e inteligentes. A única coisa que sei fazer bem, ou acho que sei, é escrever. O que é engraçado porque eu sempre digo que qualquer um com papel e caneta (ou notebook e um editor de texto) se acha escritor, qualquer um com uma câmera se acha fotógrafo, com um microfone na mão, vira cantor ou comediante. E a gente não tem culpa, a internet fez isso. Todo mundo virou comunicador, todo mundo tem seu reality show no Facebook. Fica difícil ser o melhor em alguma coisa, com tanta variedade.

    Ainda não decidi sobre o que vou escrever. Talvez use o espaço para reclamar um pouco da vida, o que costumo fazer com frequência. Não que eu seja uma pessoa azeda, longe de mim. Ao contrário do que os livros de autoajuda sempre dizem, reclamar é bom. Seu universo não vai entrar em colapso por isso, nosso amigo J.C não vai descer do céu e te dar uma bronca, pelo menos nunca aconteceu comigo. 
    Reclamar tira peso das costas, ajuda a melhorar coisas que estão erradas e é um ótimo jeito de começar uma conversa. "Nossa mas que porra de tempo.", "É, tá uma droga! Não sabe se chove ou se faz sol." e pronto, você já começou uma conversa.

    Então, fique a vontade. Reclame dos meus textos, da sua vida, do seu trabalho, do tempo... Afinal, não é fácil não, rapaz.

    -- 
    Hugo de Mello



  2. Um dia depois de evitar comentários sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de definir penas que indicam prisão dos três petistas do núcleo político do mensalão (em regime fechado para José Dirceu e Delúbio Soares e regime semiaberto para José Genoino), o PT decidiu convocar uma reunião de sua executiva nacional para dar uma resposta política à decisão da Corte.
    Nesta terça, o presidente do PT, Rui Falcão, postou um video no site do partido, no qual afirma que o julgamento tem forte viés politico e decorre de pressão dos grandes meios de comunicacao do país.
    Na reunião desta quarta, o PT poderá discutir também uma forma de arrecadar recursos entre petistas para pagar as multas pecuniárias determinadas pelo STF aos três réus e que somam mais de R$ 1,5 milhão – uma forma de demonstrar que os três condenados não têm o dinheiro para pagar essa despesa.
    O próprio José Dirceu já divulgou nota na qual considera injusta a condenação que lhe foi imposta pelo STF e diz que vai continuar lutando para provar inocência.
    No video que postou no site do PT, Rui Falcão diz que recebeu a decisão do STF com “tristeza e indignação”  e considerou altíssimas as penas aplicadas, mudando, para ele, os “parâmetros da Justiça brasileira”.
    Segundo ele, o PT continua afirmando que não houve compra de votos  “e nenhum companheiro enriqueceu e nem houve uso de dinheiro público”.  Ao encerrar, Rui Falcão diz ainda que os petistas deverão recorrer a todas as instâncias possíveis, inclusive a foros internacionais, para questionar a decisão da Suprema Corte brasileira. Ele cita o advogado Baltazar Garzon, que defende a tese de que esse recurso é possivel.



  3. A verdade é que o Brasil saiu de mãos abanando da festa do Grammy Latino, ontem, em Las Vegas. Tirando o troféu de Personalidade do Ano para Caetano, entregue na noite de quarta-feira, só ganhamos nas categorias em língua portuguesa – ou brasileira, já que a participação de portugueses e luso-africanos é zero.
    De qualquer forma, parabéns pros ganhadores, incluindo Seu Jorge (em disco pop), Beto Lee (disco rock), Beth Carvalho e Emílio Santiago (empatados em disco de samba), Ivete, Caetano e Gil (disco de MPB), Chico Buarque (canção), Dominguinhos (disco raízes) e Xitãozinho & Chororó (disco sertanejo).
    Essa décima-terceira edição do prêmio até teve um razoável número de brasileiros indicados às categorias gerais e mistas – como jazz, instrumental, clássico, infantil, vídeo, produção, etc… -, mas nenhum vingou. Como o número de brasileiros no júri ainda é pequeno se comparado ao de mexicanos, argentinos, “cubamiamianos”, vai ser difícil virar esse jogo. A eleição é feita pelos membros votantes filiados à Academia Latina da Gravação – aberta a artistas, produtores, técnicos, executivos da indústria, jornalistas especializados (com pelo menos seis textos para encartes de discos), etc, que pagam uma taxa anual – e, com a atual configuração, a maioria de “nuestros hermanos” pouco conhece da música brasileira contemporânea, que raramente ultrapassa as nossas fronteiras. Mesmo com internet e nesses tempos de música digital ainda enfrentamos a fronteira da língua. De qualquer forma, este ano, todos os indicados puderam ser conferidos pelos jurados através do Spotify – aqui no Brasil, onde o serviço por streaming ainda não funciona, recebemos uma senha provisória para acessá-lo.
    Graças ao Spotreco, não só conheci todos os concorrentes nas categorias em que votei, como tenho me aplicado de muita música, passando por lançamentos recentes ainda indisponíveis no Brasil (como “Sunken condos” de Donald Fagen, ainda viciante) ou velharias também fora de nossos catálogos (como essa “Funkify your life”, com The Meters, que toca agora).



  4. Eleição é passado. Agora é hora de planejar o que será possível fazer em quatro anos e, de preferência, definir logo equipes de transição que possam acessar desde já as informações da atual administração municipal. Melhor conhecer antes a realidade que o espera do que se surpreender no primeiro dia de trabalho após a posse. Quem se reelegeu deve prestar atenção no que importa destacar no ciclo final de mandato, privilegiando as políticas exequíveis (e inteligentes) no curto intervalo de quatro anos.
    Sem prejuízo das promessas já realizadas em campanha, o que segue abaixo configura um pequeno resumo de práticas que podem fazer a diferença em favor de um governo mais eficiente e sustentável.
    ICMS Ecológico : Catorze estados brasileiros adotaram o ICMS Ecológico, que promove o repasse dos recursos do principal imposto estadual aos municípios, a partir do cumprimento de determinadas exigências ambientais – como proteção das florestas, gestão inteligente das bacias hidrográficas e destinação correta do lixo. Cada estado define os critérios de pontuação dos municípios para a definição de um ranking onde aqueles melhor avaliados recebem mais recursos do que os mal avaliados. Por conveniência ou convicção, os prefeitos devem estar antenados com as questões ambientais.
    IPTU Verde : Várias cidades brasileiras (é o caso de Guarulhos/SP, ou Paragominas/PA) oferecem abatimento ou isenção do IPTU – principal imposto municipal – se o contribuinte oferecer contrapartidas socioambientais reconhecidamente importantes para a cidade. Por exemplo: moradores que captam água de chuva, usam coletores solares, promovem a coleta seletiva de lixo ou adotam práticas que a Prefeitura reconheça como importantes e estratégicas para o município, são recompensados com isenção ou redução do IPTU.
    Gestão de Recursos Hídricos : Relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) alerta para o risco de haver problemas no abastecimento de água potável em 55% dos municípios brasileiros se não forem investidos 22 bilhões de reais nos sistemas de abastecimento e na proteção dos mananciais e nascentes até o ano de 2015. Os prefeitos podem contribuir para evitar o risco de um colapso estimulando o consumo consciente de água. Uma das cidades que avançaram nesta área foi Niterói (RJ), onde foram aprovadas leis que tornaram obrigatória a medição individual de água (hidrômetros), a coleta de água de chuva e das águas cinzas – que saem do chuveiro, das pias e dos tanques – para reuso nos condomínios.
    Lixo: Quem cuida do lixo é o prefeito. Mais da metade dos municípios brasileiros destina seus resíduos para vazadouros a céu aberto – lixões. Quem se elegeu agora não pode descuidar do cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos que estabeleceu o prazo limite de 2014 para que todos os lixões sejam desativados. Para os municípios pobres, a solução é a figura jurídica dos consórcios intermunicipais, onde várias cidades unem forças e dividem os custos para a implantação, por exemplo, de um aterro sanitário. Incentivo às cooperativas de catadores, promoção da reciclagem e do reaproveitamento de materiais, mobilização de todos os setores da administração pública – como secretarias, autarquias, empresas públicas, escolas, creches – para a destinação correta dos resíduos, são medidas importantes.
    - Transporte: Replica-se como metástase pelo Brasil o estrangulamento das vias públicas por conta da multiplicação indiscriminada de veículos automotores. Os prefeitos precisam definir planos de longo prazo que assegurem a mobilidade urbana por diferentes modais de transporte. Sem transporte público de massa eficiente, barato e rápido, não há solução. Prefeito que não tem programa definido para a expansão de ciclovias e ciclofaixas, ou que não estimula o uso de bicicleta na cidade, está desinformado ou age de má fé. Em boa parte das cidades desenvolvidas, a bicicleta é mais lembrada como meio de transporte do que como opção de lazer e diversão.
    Proteção das áreas verdes: A Organização Mundial da Saúde estabelece como medida de qualidade de vida nas cidades a meta de se manter pelo menos12 metros quadrados de área verde por habitante. Isso seria o suficiente para assegurar a realização de serviços ambientais importantes como umidade, climatização, sombreamento, retenção de água de chuva e, por último mas não menos importante, paisagens agradáveis que ajudam os moradores das cidades e estabelecerem uma relação de maior harmonia e equilíbrio com o meio em que estão inseridos.
    Construção sustentável: As leis que definem padrões de edificação devem levar em conta que este é o setor da economia que mais fortemente impacta o meio ambiente. Os edifícios no Brasil também consomem metade de toda a energia do país, desperdiçam água e matéria-prima. São exemplos de ineficiência e, por isso, oneram desnecessariamente quem vai morar ou trabalhar nessas edificações. Um prefeito atento e responsável deve implementar padrões construtivos que promovam o uso racional e inteligente de água, energia e matéria-prima.
    Democracia saudável é aquela em que, além de votar, o cidadão acompanha passo a passo as ações daqueles que foram eleitos para nos servir. Prefeito inteligente é aquele que sabe ouvir, reconhece o mérito de soluções que eventualmente tenham sido testadas em sua cidade por seu antecessor – ou em outras cidades – e está pronto para replicar essas experiências – com os devidos ajustes – em favor da qualidade de vida da população.



  5. Boa parte dos votos que asseguraram a reeleição de Barack Obama chegaram às urnas soprados pela força dos ventos do furacão Sandy, um evento climático extremo que surpreendeu os cientistas pela rota incomum. A tempesade obrigou o candidato republicano Mitt Romney a reconhecer que o adversário democrata estava certo, ou seja, que o país necessita de uma agência federal para a prevenção de desastres.
    Pode-se dizer de forma bem humorada que Obama está em dívida com Sandy. Mas é possível afirmar sem nenhuma dúvida que o presidente reeleito não cumpriu importante promessa feita há quatro anos quando se comprometeu a ser o “principal líder climático do planeta”.
    Em seu primeiro mandato Obama conseguiu aprovar na Câmara um projeto inovador para regular as emissões de gases estufa nos Estados Unidos. Batizado de “Cap and Trade”, o projeto estabelecia os limites de emissões para cada setor da economia e as regras para a criação de um mercado de carbono doméstico.
    Bombardeado pelos republicanos, por empresas eletrointensivas que queimam regularmente quantidades monumentais de combustíveis fósseis e por segmentos da mídia que associavam o “Cap and Trade” a mais desemprego num momento difícil da economia, Obama recuou e abandonou à própria sorte o projeto que hoje dormita em alguma gaveta do senado.
    O que fará o presidente reeleito em relação a este projeto no segundo mandato? Ninguém sabe. A questão climática manteve-se ausente durante a campanha eleitoral.
    E qual será a postura do presidente nas negociações do clima? Por enquanto, guarda-se viva na memória a passagem relâmpago de Obama por Copenhague durante a COP-15 para um dos pronunciamentos mais burocráticos e menos inspirados de seu primeiro mandato. Também preferiu não vir à Rio+20. Ficou clara a estratégia do presidente de calibrar suas declarações sobre assuntos ambientais de interesse mundial ou participações em eventos fora dos Estados Unidos sempre de acordo com os humores de seu eleitorado. O resultado nesse sentido foi pífio.
    Mas Obama – através do EPA (Environmental Protection Agency) – determinou que o dióxido de carbono (CO2) passasse a ser considerado um poluente. A medida permitiu uma série de restrições que passaram a ser impostas aos maiores poluidores do país. Uma enxurrada de ações judiciais questionou a medida, mas a Suprema Corte deu ganho de causa ao governo. Ponto para ele.
    Segundo dados do WorldWatch Institute, nestes primeiros quatro anos da Era Obama houve um aumento de 55% na eficiência dos combustíveis, a importação de petróleo caiu 32%, as emissões de dióxido de carbono foram reduzidas em 10%, a capacidade instalada dos parques eólicos dobrou e a produção de energia a partir do sol foi multiplicada por sete.
    Se, por uma lado, a matriz energética americana registrou um salto qualitativo na direção das fontes limpas e renováveis, por outro, a administração Obama passou a apoiar ostensivamente a exploração de gás de xisto através de um método conhecido como “fracking”, que injeta explosivos e substâncias quimicas no subsolo. Controverso e polêmico, o gás de xisto divide a comunidade acadêmica e científica – alguns países da Europa proíbem sua exploração – pelos enormes riscos de contaminação das águas subterrâneas.
    Apesar de tudo, do ponto de vista ambiental, melhor Obama do que Romney. Os democratas têm assumido historicamente muito mais compromissos em favor do meio ambiente do que os republicanos, que chegaram a censurar relatórios da Nasa e da EPA sobre aquecimento global na era Bush.
    Mas Obama continua devendo. É evidente que os obstáculos são gigantescos, que o Congresso não lhe é favorável, que a sociedade americana está dividida também no que diz respeito a certas políticas ambientais, mas político reeleito costuma ser mais assertivo em suas convicções num eventual segundo mandato.
    O que estará em jogo nos próximos quatro anos é o legado que Barack Obama pretende deixar à frente da Casa Branca. Quem senta naquela cadeira, comandando a única superpotência do planeta, não pode tudo, mas pode muito. Se experimentamos a maior crise ambiental da História da humanidade – e Obama sabe disso – há muito o que fazer até 2016.
    Que ele possa cumprir o que disse no discurso da vitória, horas atrás: “O melhor ainda está por vir”.



  6. Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da reportagem e utilize a seção de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras.
    A votação do Marco Civil da Internet foi adiada na semana passada e o conceito de “neutralidade da rede” foi apontado como principal ponto de divergência no projeto, que busca definir responsabilidades, deveres e direitos de provedores de acesso, conteúdo e usuários na internet. A ideia de neutralidade da rede prevê que todos os pacotes de dados – cada um dos fragmentos que compõem a comunicação na internet – sejam tratados de forma igualitária. E qual o motivo da polêmica?
    O primeiro é que uma rede 100% “neutra” é menos útil e pode impedir que alguns serviços funcionem de forma adequada. Existem serviços como chamadas de voz (VoIP) e videoconferência ou streaming de vídeo que se beneficiam de uma “via rápida”, privilegiada, para que não existam atrasos na comunicação, enquanto outros usos, como downloads, não sofrem nenhum problema com atrasos de alguns milissegundos.
    O Marco Civil reconhece que a neutralidade tenha de ser deixada de lado em alguns casos em que ela é uma medida técnica necessária ou de emergência. Mas o que exatamente é uma medida técnica ou emergencial não é definido no projeto, e existe uma polêmica em relação a quem terá a responsabilidade de definir isso: o governo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ou se haverá consulta ao Comitê Gestor da Internet (CGI.br), algo que era previsto na versão original do projeto, mas foi removido.
    A neutralidade de rede nada tem a ver com a capacidade dos provedores cobrarem um internauta pela quantidade de dados usados durante a navegação na web, por exemplo.
    O objetivo da neutralidade de rede é impedir que provedores de acesso cobrem mais para criar essa “via exclusiva” em seus serviços, ou de priorizar um serviço de TV pela internet próprio, por exemplo. Para os provedores, isso também significa que há menos possibilidades de comercializar uma conexão. Mas, além dos problemas comerciais, existe uma realidade técnica bastante complexa.
    Neutro, exceto quando não for
    Embora a internet seja às vezes chamada de “rede mundial de computadores”, ela é na verdade a conexão de diversas  redes. E essas redes são formadas de equipamentos, cabos e pessoas – todos reais. Para um internauta, que pode acessar um site na França, na Rússia, no Canadá – todos ao mesmo tempo, sem diferença nenhuma aparente, pode parecer que a “internet” é uma coisa só e que a distância geográfica não importa.

    Isso não é verdade.
    O acesso a um conteúdo na Rússia ou no Japão, quando feito a partir de uma cidade brasileira, precisa percorrer longos cabos de fibra ótica – cabos submarinos, que cruzam os oceanos. E usar essa infraestrutura não é de graça, mesmo que o internauta não pague a diferença. E, claro, percorrer milhares de quilômetros em cabos leva tempo.
    Na telefonia é comum a oferta de preços especiais para quem faz ligações apenas para telefones da própria operadora. Na internet, este também é o acesso mais barato para o provedor – e também o mais rápido.
    Isso significa que, se você deseja que pessoas de São Paulo tenham um acesso mais rápido ao seu conteúdo, isso é fácil: basta alugar um servidor que ficará alojado em um centro de dados em São Paulo. Detalhe: contratar esse tipo de serviço no Brasil é muito mais caro do que no exterior. Isso significa que empresas com melhores condições financeiras já conseguem responder a seus acessos com mais velocidade, tanto por estarem geograficamente mais próximas, como por utilizarem sistemas mais rápidos, que aceleram a resposta a um acesso.
    Empresas hoje também contam com a possibilidade de criar pontes de alta velocidade entre filiais e a matriz, usando soluções fornecidas por provedores de internet que criam uma rota mais rápida e dedicada à empresa contratante. Essas conexões são muito mais caras e contratadas só quando há grande necessidade. Provavelmente não é o objetivo do Marco Civil proibi-las.
    Nem todas as conexões são iguais
    Um acesso de 10 Mbps não é igual a um acesso de 5 Mbps, que também não é igual a um acesso de 5 Mbps em uma região saturada de clientes. O detalhe é que a contratação de internet hoje é diferente dependendo da necessidade do cliente. Conexões de banda larga doméstica possuem uma garantia baixa – normalmente de 10% da velocidade contratada, que agora passará a ser 20% por determinação da Anatel.

    Conexões com garantia acima de 90% custam caríssimo, podendo chegar a mil reais por megabit no Brasil. Nos Estados Unidos, é possível contratar uma conexão de 1 Gigabit por segundo (1000 Mbps) por menos de 200 dólares – se você não quiser garantia alguma. Uma conexão com garantia de 99% e ilimitada dificilmente sai por muito menos de US$ 2 mil para 100 Mbps.
    Essas conexões são, de certa forma, “prioritárias”, porque há um contrato que obriga sua disponibilidade. Mesmo em países como Coreia do Sul e Japão, conhecidos por terem internet doméstica rápida e barata, um único megabit para conexão empresarial com alta garantia custa entre 30 e 60 dólares.
    Além da rede
    A priorização do tráfego vale dentro da rede do provedor de origem. Quando a conexão abandona o provedor de origem e cai em outro provedor, qualquer “priorização” é perdida, exceto se houver algum acordo comercial ou técnico para mantê-la. No entanto, manter essas regras dentro da internet não é simples, porque hoje a internet tende a procurar o melhor caminho disponível.

    É mais fácil priorizar quando as duas “pontas” de uma conexão estão no mesmo provedor, embora existam provedores de acesso especializados em oferecer determinados tipos de conexão, que vão acelerar um pouco acessos de outros provedores também. Esses serviços são oferecidos por vários provedores de internet, com cabos de fibra próprios.
    Com ou sem redes “neutras”, quem tem melhores condições financeiras para pagar um servidor melhor, um cabo menos saturado e ficar mais próximo (fisicamente) do internauta terá vantagens. Não importa se o cabo é “neutro” e não prioriza ninguém se o tráfego que passa por ele já é seleto – e isso é roteamento, não priorização. Isso já existe hoje: algumas das empresas que oferecem esse privilégio também têm parceiros com provedores para distribuir geograficamente o conteúdo, diminuindo custos e acelerando os acessos.
    Pelo Marco Civil da Internet, nada disso será ilícito. Tudo vai continuar da mesma forma. E qualquer regulamentação futura terá de conceder exceções à neutralidade para as empresas que precisam do acesso prioritário para seu próprio uso interno (como acesso de sistemas e banco de dados de filiais a uma matriz). Logo, embora o consumidor seja colocado como o prejudicado pela neutralidade da rede, o consumidor não precisa (e geralmente não pode nem pagar) as conexões prioritárias, e mesmo com tudo “neutro”, alguns sites continuarão sendo carregados mais rápidos do que outros. O que muda realmente é a forma que isso será feito, e a habilidade das operadoras de cobrar mais de serviços que utilizam muitos recursos de rede.
    A questão toda, para as operadoras de telefonia, é como pagar os investimentos necessários para atualizar as redes e acompanhar as demandas por consumo, entre os quais o que mais cresce é vídeo, tanto streaming como sob demanda.



  7. Uma das bandas mais queridas do público gaúcho, o Papas da Língua esteve no Palco Central do Planeta Atlântida em oito ocasiões – a primeira delas no ano de estreia (1996) e a última na edição 2012 (as demais foram em 1999, 2001, 2003, 2005, 2006 e 2007). Tantos anos embalando os planetários, no entanto, não fazem com que os integrantes do grupo porto-alegrense, formado no início da década de 1990, se sintam indiferentes diante da plateia gigantesca. “O Planeta é um marco na história dos grandes festivais no Brasil. É sempre uma emoção e uma imensa responsabilidade para o artista tocar lá, diante daquele mar de gente”, diz o guitarrista e compositor Léo Henkin.


    Em 18 anos de Planeta, a banda mantém um público fiel, que canta do início ao fim dos shows hits como “Blusinha Branca” e “Mary Jane”. Léo Jenkin relembra o momento que, para ele, foi o mais marcante entre os festivais. “Quando tocamos em 1996, ainda éramos praticamente desconhecidos. Ao voltarmos, em 1999, chegamos já com o público sabendo nossas músicas. Daí sim, foi demais!”.
    Outro ponto alto foi o encontro com os próprios ídolos nos bastidores do festival. “Conhecemos artistas como Tim Maia, Titãs, Paralamas e Charlie Garcia, de quem éramos muito fãs. Foi bacana demais”. Para o guitarrista, além do orgulho em tocar em um dos maiores eventos de música do país e receber o carinho do público, a experiência une ainda mais os integrantes. “Estar passando por esses momentos inesquecíveis juntos reforça a nossa cumplicidade. Nos ajuda em seguir em frente, porque a vida de artista, como todos sabem, não é nada fácil”.
    Em 2013, quando chega a sua 18ª edição, o Planeta está marcado para os dias 1 e 2 de fevereiro no Rio Grande do Sul e 11 e 12 de janeiro em Santa Catarina. Os ingressos estão à venda no site oficial do evento. Seu Jorge, ConeCrewDiretoria e Raimundos já estão confirmados no line-up. Até o momento, as atrações liberadas não estão definidas por estado ou por data de apresentação. Os nomes dos artistas estão sendo desvendadas por meio de desafios nas redes sociais.



  8. O julgamento de Bruno Fernandes e de outros três réus do processo sobre morte e desaparecimento de Eliza Samudio deve ser retomado às 9h desta terça-feira (20) no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No segundo dia de júri popular, será dada continuidade aos depoimentos das testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público (MP). Nesta segunda-feira (19), apenas Cleiton Gonçalves foi ouvido.


    Uma das testemunhas de acusação é a delegada Ana Maria Santos, que participou das investigações do sumiço da ex-amante de Bruno. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ela foi convocada para comparecer ao fórum às 9h, assim como a delegada Alessandra Wilke, que também trabalhou nas apurações. De acordo com a Justiça, apesar de ela não ter sido arrolada pelo MP, também deve ser ouvida nesta terça-feira.
    Além de Cleiton Gonçalves e Ana Maria Santos, fazem parte do rol de testemunhas de acusação o detento Jaílson Alves de Oliveira – que diz ter ouvido uma confissão de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola –, uma testemunha da oitiva de Cleiton à polícia e uma assistente técnico-jurídico do sistema socioeducativo de Minas Gerais, que acompanhou um depoimento de Jorge Luiz Lisboa Rosa – primo do goleiro, menor à época do desaparecimento de Eliza. Somente depois da conclusão destes depoimentos, serão ouvidas as testemunhas de defesa.
    Primeiro dia
    O primeiro dia do júri popular do caso Eliza Samudio, realizado nesta segunda-feira (19), foi marcado pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, que abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado. Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.

    Bruno e mais três réus enfrentam júri popular por cárcere privado e morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, em crime ocorrido em 2010. O júri é presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, e a previsão é que o julgamento dure pelo menos duas semanas.
    A Promotoria acusa o jogador, que era titular do Flamengo, de ter arquitetado o crime para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia.
    O júri, que teve início com cinco acusados, deverá continuar com apenas quatro no banco dos réus. Bola, acusado de ser o executor de Eliza, recusou ser defendido por um defensor público, e será julgado em outra data.
    Ex-motorista fala sobre 'Eliza já era'
    Passava das 17h quando a primeira testemunha do caso – Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno – começou a ser ouvida. Arrolado pela acusação, feita pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, ele confirmou à juíza que ouviu de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, que "Eliza já era". A declaração, segundo a testemunha, foi dada em 10 de junho de 2010, data apontada como dia da execução da ex-amante de Bruno. "Eu nem procurei saber o que ele tava falando", disse ao júri.

    Durante a investigação policial, Cleiton Gonçalves foi baleado de raspão, no dia 26 de agosto de 2012, e teve seu carro atingido por disparos no dia seguinte. Os ataques aconteceram quatro dias depois da morte de Sérgio Rosa Sales. Na época, o delegado Wagner Pinto disse que as tentativas de homicídio estavam relacionadas a morte de um homem ocorrida em uma churrascaria, dentro de um posto de gasolina, em Contagem, no dia 2 de março deste ano. Cleiton chegou a ser preso, mas foi liberado. O advogado da testemunha também disse que a motivação das tentativas de homicídio não tinha relação com o caso.
    Rui Pimenta, advogado de Bruno, perguntou ao ex-motorista se ele considerava o goleiro um "bom homem". "Para mim é uma boa pessoa. Eu nunca presenciei [ele fazendo mal]", disse a testemunha, acrescentando que Bruno "nunca mostrou ser desequilibrado".
    O depoimento de Cleiton Gonçalves à polícia foi lido durante a sessão. Segundo a denúncia, o ex-motorista esteve com Bruno nos dias em que Eliza era mantida em cárcere privado no sítio do atleta, em Esmeraldas (MG). No dia 8 de junho de 2010, ele estava com os primos de Bruno, Sérgio Rosa Sales e Jorge Luiz Lisboa Rosa, quando o carro do goleiro foi apreendido pela Polícia Militar em uma blitz por causa de documentação irregular. No veículo, que havia sido usado para transportar Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais, foram encontrados vestígios de sangue. O ex-motorista negou ter visto manchas de sangue no carro.


  9. Representantes dos aposentados cobram

    segunda-feira, 19 de novembro de 2012




    Em audiência pública realizada nesta segunda-feira na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), representantes de entidades de defesa dos aposentados e pensionistas pressionaram por uma solução para a questão do fator previdenciário. O mecanismo reduz o valor do benefício para quem se aposenta antes da idade mínima estipulada em lei (65 anos para homens e 60 anos para mulheres).


    Alvo de duras críticas por parte da categoria, o fator previdenciário chegou a ser derrubado pelo Congresso há dois anos, mas a extinção do mecanismo foi vetada pelo governo federal. Uma nova versão do projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), deve ser votada nesta semana pelo Plenário da Câmara dos Deputados.



    Paim, que é presidente da CDH, explicou, ao longo da audiência, que a fórmula que está mais “próxima de um entendimento” naquela Casa Legislativa é a que vem sendo chamada de "85/95". De acordo com essa proposta, baseada no substitutivo do então deputado Pepe Vargas, a aposentadoria sem cortes aconteceria quando a soma da idade e dos anos de contribuição atingisse 85, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens. "Não é o ideal, mas, pior que o atual fator previdenciário, não existe", disse Paim.


    Garantia de votação

    Warley Martins Gonçalves, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, garantiu à entidade que o projeto seria votado logo após as eleições municipais. "Se ele não cumprir sua palavra, terá enganado os aposentados e pensionistas",disse.

    Warley pediu que não apenas aposentados e pensionistas se mobilizem para pressionar por essa votação, mas também os trabalhadores da ativa, que, salientou, serão tão prejudicados pelo fator previdenciário no futuro quanto os atuais aposentados são atualmente. "O fator previdenciário também é problema do trabalhador de hoje, e só vai ter fim se as centrais sindicais se reunirem com a Cobap", reforçou.

    O senador Paulo Paim observou que, aprovado na Câmara, o projeto voltará ao Senado ainda esse ano, e garantiu: "Nem que eu tenha que entrar em greve de fome aqui, vão ter que aprovar".

    Desoneração da folha

    Outro assunto debatido na audiência pública foi o impacto da desoneração da folha de pagamento sobre o Orçamento da Previdência Social. Em maio deste ano, o governo federal alterou o sistema de contribuição patronal de alguns setores da indústria afetados pela concorrência externa, como parte do pacote de estímulos do Plano Brasil Maior. A contribuição desses setores passou a ser feita com base na receita bruta. "Com a contribuição patronal sobre o faturamento, passamos de uma fórmula tranquila para uma situação incerta", observou Lourenço Ferreira do Prado, do Fórum Sindical dos Trabalhadores.

    Para Arthur Bueno de Camargo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, o grande problema do novo sistema é a fragilidade da fiscalização sobre o lucro das empresas, frequentemente camuflado, segundo observou. Em sua avaliação, o que o governo fez foi “absurdo e sem critério”. "O benefício não foi dirigido aos setores que mais geram empregos, mas sim para setores econômicos privilegiados.

    Os representantes dos aposentados e pensionistas cobraram do governo a reposição dos valores que deixaram de ser depositados pelas empresas. "É o dinheiro que vai assegurar as nossas aposentadorias que está sendo tirado de nós. O governo está fazendo caridade com os empresários com um dinheiro que não é dele", disse Agostinho Schiochetti, representante das Associações dos Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina.



  10. A Caixa registrou lucro líquido de R$ 4,2 bilhões entre janeiro e setembro de 2012, aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o banco o valor é recorde para o período. A carteira de crédito da instituição chegou a R$ 324,5 bilhões no final de setembro, aumento de 43% ante igual intervalo do ano passado.


    A participação da Caixa no mercado de crédito cresceu 2,7 pontos porcentuais em 12 meses para 14,5%, segundo o informe da instituição. A inadimplência do crédito total ficou em 2,06%. A instituição, entretanto, não informou a variação ante trimestre anterior ou mesmo período do ano passado.

    O patrimônio líquido ficou em R$ 22,5 bilhões, o que representa um aumento de 24,6% em 12 meses, com rentabilidade média de 27 5%. Em setembro o patrimônio de referência chegou a R$ 49,1 bilhões, com índice de Basileia de 12,6%, conforme o comunicado, também sem comparativo com períodos anteriores.